5.4.12

clarinda daqui

os acasos deixaram em cacos o chão que lhe coube em sorte. ai, pedaços de chão por todo o lado, e de tamanhos que juntos só fariam carreiros. e clarinda atordoada, de mãos a escorregarem da cintura e os olhos empoleirados nos pedaços desse chão, a ver a vida mal parada. 
é que se a vida não se faz numa ampulheta, para clarinda a areia dos dias escorregava sem parar.
até que um dia, ai clarinda se não é verdade, tu decidiste que eras capaz disto tudo mais os amigos e os heróis familiares. como a ginasta de oitenta e seis anos, rija, forte e feliz, dos trinta em diante.


e o américo que se ponha fino, que se de calçadas percebe ele, tu refazes chãos com os olhos lá longe.




Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.