corredores de domingo, compridos e cheios de luz. o carrinho dos pequenos-almoços ali meio desalinhado com restos de leite de uma chávena que se entornou. e gigante! como se estivéssemos numa viagem de barco e de manhã houvesse doce e banhos de sol como nos filmes, com brisa.
lá ao fundo um tripulante, com o dia pela cabeça e a mãos entre pijamas empilhados, que a todo o custo quer o seu número para se parecer mais janota. mas demora-se e desarranja tudo sem encontrar o que queria.
e os corpos vão-se levantando, vagarosos de domingos e dores, corredor fora, de camarata em camarata. o navio hoje não parte como nunca parte. envelhece atracado aqui, alojando retomas e outras menos. bailes imaginados pela tarde e conversas compridas à custa de sermos muitos tão próximos, que é o que temos e não é pouco.
à manuela, tripulante distinta de muitos navios e de gargalhadas ao vento, parceira de palavras e das coisas de mudar o mundo.
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