no comboio ao fim do dia, há de tudo, todos juntos. escorregamos no banco, de enfado e cansaço. bocejamos sem mãos. espreguiçamo-nos de braços ao alto. dormimos sem receios. ajeitamos as calças. vemo-nos ao espelho.
se se proporciona, olhamo-nos mais do que o prescrito. falamos da nossa vida ao telefone e para quem esteja. testemunhamos coisas de namorados, de primos e de casados.
e se o revisor resmunga há olhares solidários entre nós-com-bilhete, contra ele que os quer. na companhia uns dos outros. nos silêncios colectivos.
e era sair dos comboios e puxar este país para lá dos carris que nos impõem.
qual ir a correr para casa baixar persianas e tecer casulos. qual quê.
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