29.8.11

branca & albino

conheceram-se no futuro e repartem o presente. apaixonaram-se para sempre e vivem de coração apertado nas ausências prolongadas enquanto trocam postais com selos muito internacionais. lêem policiais a dois nas tardes que ninguém quer. entrelaçam os dedos quando ninguém vê. e sintonizam pensamentos nos silêncios partilhados. não, não são almas gémeas.
separa-os a idade e o engenho para castelos de areia. e ainda assim, recrutaram-nos para missões de amor. daquelas que ninguém usa, daquelas que perduram.
não tiram fotografias a cores nem trocam mensagens em código binário. desafiam o tempo e dormem sempre abraçados. não, os seus braços nunca ficam dormentes.
jogam a dois, jogos de tabuleiro para quatro. na literatura como na política preferem sempre os clássicos. ouvem a mesma música, à vez. e nunca dançam agarrados. não falam de amor nem do contrário. guerreiam beijos e falam sempre baixinho, no escuro. e não, não estão ainda a começar.




espera-os o plano quase secreto de construir um passado. 
um daqueles de verdade.


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