22.8.11

da cinda e da memória

não há memória de festa assim. a deste ano, em honra da nossa senhora da memória, foi de vela por causa da tempestade. o palco ensopou, calaram-se os altifalantes e as pessoas desataram aos berros, rua acima, com memórias a boiar nos copos de cerveja e outras ainda por germinar. neste caso sabe-se que a chuva não ajuda. mas a verdade é que se a padroeira daqui não falhar, ninguém se esquece deste ano. 
danada-danada deve ter ficado a dona cinda, de folga e vestido novo para dançar o mais que pudesse. estava a chuva a começar e já ela vociferava impropérios e desafiava os raios. e é mulher para ter lá ficado, a pressionar a chuva para que se renda e a vigiar a banda à rasca. molhada mas emancipada e ainda que com um quintal para regar, há-de injuriar s. pedro e com a senhora da memória, retomar sem saber, as questões de género. 
e eu fico contente mas sei que não devo. é que andava por lá muita gente a ser feliz às três pancadas para que amanhã não haja tristeza que não dobre as olheiras.


anda cinda,
que para o ano eu reconsidero e até danço contigo.



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