eram ontem seis da tarde quando o coração se lhe suspendeu. nem arritmia nem taquicardia nem palpitações. silêncio pelas costas, suspiros vários e os sacos nos braços. como se não bastasse, a luz da entrada que se fundiu e os suspiros pelo chão. fazer o jantar e engolir bocados entre sequências rápidas de pensamentos derrotados. dormir. dormir depressa para esquecer, acelerar o tempo e comprimir o espaço. e amanhã, outra coisa qualquer.
hoje era já de manhã. silêncio pela cabeça, que sim e que não, que sim e que talvez. esperar. ser um número desolado e esperar mais uma vez. televisão sem som, mão no peito que não mexe. e os das outras sim porque as blusas brandam. mas que raio, é ovário ou coração?
ser chamada para esperar. corações velozes em toda a extensão do corredor. batas que trepidam sobre o peito dos outros. corações nas gargantas e reclamações por voz. pois o dela, ainda suspenso.
uma coisa era certa, aurora sopro andava a faltar aos treinos para tais aflições. sobretudo destas, sem expressão física nem quântica.
por fim, ser chamada e estar tudo bem.
para às onze e meia o coração voltar a bater.
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