saltaria domingos, se pudesse, porque afinal nunca teve descanso e assim pouparia tantos finais. dona violeta não os aprecia, nem no tempo nem nos filmes. e como não pode evitar os primeiros, nunca viu os dos segundos.
é uma estreiteza que se lhe dá nesse dia. dizia ela que é como ver mesas acabadas mas mal levantadas ou sentir o vento que se levanta enquanto o dia assenta. dona violeta aperta-se contra o peito com estas coisas. e consome-se de saudades. de tudo e muito. mas sobretudo do princípio.
está bem que ela não queira viver para sempre mas gostava que os outros o fizessem. que as mesas estivessem sempre postas e que o tempo não lhe custasse tanto. às vezes entristece-se de repente e gostava mesmo que as memórias não lhe ocupassem a barriga.
nunca devia ter aprendido a conjugar tempos verbais. nunca.
Por cada dia que acaba há sempre um outro a começar... único, irrepetível e, provavelmente, mágico! Isto, que para as crianças é uma lei universal, custa a lembrar aos mais velhos.
ResponderEliminarHá contudo quem saiba, como ninguém, deixar as mesas sempre postas, a aguardar os fazedores de (boas) memórias.
Para atapetar dias mais pedregosos.