vai-se embora amanhã com a força que lhe resta no peito.
há nove anos que tem a mala feita e está pronto para voltar desde que um dia decidiu partir. a mala que tem pronta nem nunca se abriu para que olexandr assentasse o destino. e trabalhou sempre que o deixaram com a mala por perto para qualquer eventualidade ou por fim desistir.
em nove anos deste país, há-de ter trocado muitos nomes às terras e ter feito da invisibilidade, um atributo especial. mas acabou por esmorecer com os efeitos de uma crise que nunca soube pronunciar e pediu o regresso sem volta. enquanto esperou, acolheu-o uma família que pouco mais tem do que o país que é o seu mas que hoje pela notícia decretou festa por uma noite com o muito que houver.
se a terra deles fosse também do outro lado, partiriam de imediato porque daqui, sabem que amanhã, nem malas nem destino. só a força dos seus braços.
essa que a querem quase de graça. e que a olexandr raras vezes foi paga.
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