4.12.11

idra tejo

ir a lisboa e voltar levou-lhe as pernas e os olhos que trepidam nas mil caras por dia.
cansada das ruas que levam os corpos para casa, meteu-se nos museus e adormeceu na arte da guerra lá nos bancos do fundo enrolada num cartaz. toda a gente sabe como é que estas histórias acabam e para idra não houve excepção. já na rua, cinco bandidos com tiques de boa-gente deram-lhe abrigo. e foi então que idra se viu bem sentada a vê-los comer massa e muita para a meia-maratona de lisboa.
o gordo, o velho, o fumaças e o anão ainda discutiam a estratégia de calções quando o outro apareceu, de repente, de calças de licra. foi então que idra pediu penitência enquanto limpava os óculos embaciados.
no outro dia de manhã, os bandidos comeram antes bananas e foram a correr para alvalade, atormentar quem pudessem. idra tejo aproveitou para se fazer à calçada e ficou convencida de que há nela mais de frida do que em todas as fotografias que viu. e ficou contente.

    
por fim, já a manhã pedia a tarde quando reencontrou os bandidos que lhe levaram o carro. mas acabaram a almoçar todos juntos, as voltas que o metro dá!
 


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