não gosta de citar.
em tempos gostou e fazia-o, com aspas, sem aspas, de olhos ao longe, de olhos torcidos. citava com frequência e isso favorecia-o, tornando um pouco seu o que não sabia fazer. citava com lentidão, citava com ímpeto. citava. de punhos cerrados, de mãos ao alto. [de]clamava. até que se chateou com essa coisa de viver na língua dos outros, mas mais do que isso, de trazer na boca um peito que não é seu e ainda que associado, lhe engelhava a camisa e lhe vincava os alter-egos.
hoje, beltrano, em dia de poesia, bach e tio, não sabe o que dizer nem espremer. e sacode nervoso esses versos à solta que se lhe pendem sobre os ombros.
por isso, nem uma rima, insiste beltrano, nem uma cruzada.
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