nos melhores anos da sua vida, habitou os quadros de chagall, quando ainda tocava violino. mas com o acordeão, viu-se obrigado a retirar-se das telas e dos sonhos. depois foi pai e levavam-no mais a sério se fosse professor. foi então professor de acordeão mas de botões. já que estava pelos botões, e a braços com o futuro, estudou para mecânico. palavra, durante um ano. e desistiu da rússia, cinco anos depois.
arriscou portugal. estendeu quilómetros internacionais, trouxe a família, suspendeu a música e trabalhou de graça muitas vezes, convencido do contrário. como se não bastasse, enviuvou de repente e o coração fraquejou.
hoje, quer lá saber da música e da arte e dos foles. 
quer é trabalho e uma vida que não flutue. e quilómetros internacionais enquanto o bode toca violino. 

 
despossessão. a mais profunda tristeza...
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